Lodo de esgotos sanitários constitui-se na massa residual de sólidos gerada em estações de tratamento de esgotos. Enquanto na etapa primária do tratamento, o lodo é formado a partir da sedimentação de sólidos em suspensão originalmente presentes nos esgotos sanitários, o lodo gerado na etapa de tratamento secundário é decorrente da formação de biomassa ativa nos processos biológicos de tratamento. Quando dotadas de etapa de tratamento avançado, estações de tratamento de esgotos podem também gerar lodo nas unidades de separação do tratamento terciário. Nas estações de tratamento convencionais, a separação do lodo primário e secundário ocorre, respectivamente, nas unidades de decantação primária e secundária. Lodo de esgotos sanitários é principalmente constituído por sólidos de natureza orgânica, passíveis de degradação por ação de organismos decompositores. Mediante condições anaeróbias não controladas, o processo de degradação biológica induz a emissão de gases de odores fétidos decorrentes da geração de sulfetos. Vetores associados à transmissão de doenças de saúde pública são também atraídos por massa de resíduos orgânicos em estágio avançado de degradação e de putrefação. Devido à veiculação de agentes infecciosos por excretas, presença nos esgotos sanitários, adsorção aos sólidos em suspensão e sedimentação nas etapas de tratamento primário e secundário, lodo de esgotos também apresenta conteúdo potencialmente patogênico. Estas características conferem, portanto, potencial poluidor e contaminante ao lodo bruto, impondo às estações de tratamento de esgotos, e especificamente à fase sólida do tratamento, a obrigatoriedade de promover a sua estabilização, a qual pode ocorrer via processos biológicos anaeróbio ou aeróbios ou ainda via estabilização química alcalina. O CESA/UFRJ é dotado de 3 unidades de digestão anaeróbia, das quais uma em volume de aproximadamente 6,0 m³, e outras duas em volumes de 500 L.